Talvez não seja utópico imaginar mobilizações que acelerem o processo e possam oferecer em poucos anos uma alternativa ao sistema representativo. A grande media, como as redes de televisão ou imprensa de papel, em todo o mundo, tais como a Globo e a Abril daqui, com suas Rede Globo, SBT, Veja e Jornais JB, Folha e Estadão, têm informação vertical, de cima para baixo, que sempre dependem dos interesses de seus anunciantes, que são grandes bancos, marcas, empreiteiras e todas as montadoras de automóveis. Sua sobrevivência financeira depende de fazer ou não o jogo que interessa a seus mantenedores. É ingênuo crer que são reais os seus compromissos com a "população e com a verdade", pois tecnicamente isso nunca será possível. Essas palavras de ordem são afirmadas à população por que esses meios também dependem da credibilidade que possuem para existirem como órgãos de informação, pois os anunciantes não se interessariam por eles se não tivessem leitores ou telespectadores. Os grandes meios de imprensa vivem o mesmo dilema existencial que sofrem os "representantes do povo", os parlamentares. Têm de servir a dois senhores: um deles real, que é quem o financia; o outro virtual, que é a quem devem explicações verbais públicas, pois dele dependem para se eleger ou para ter índices de audiência. Para o primeiro apóiam leis que trazem resultado financeiro, e para o segundo dão explicações que convencem. Mas com a internet sempre crescente, crescem também as comunicações horizontais, entre as pessoas que não fazem parte da grande imprensa. A troca de idéias por emails e redes sociais como o Orkut vai se agigantar de forma geométrica, isso é inevitável, e os governos, conglomerados financeiros e industriais, terão pouco acesso a seus controles, de forma que a panfletagem, que no passado dependia de gráficas clandestinas, sempre empasteladas pelos governos, tende a se estender sem controle. Ainda que os governos venham a conseguir controlar a internet mais visível, aproximando-se dos grandes sites de busca, existirão sempre paralelamente (e crescerão também) as webs invisíveis, subterrâneas, incontroláveis. A informação passará a correr por baixo dos tapetes governamentais oficiais e semi-oficiais, e as conseqüências serão absolutamente difusas, podendo levar grandes massas a reivindicar democraticamente nas ruas mesmo contra a opinião da grande mídia televisiva. Vamos ter mais caras-pintadas no futuro, mas num futuro sem (e mesmo contra) a orquestração da Rede Globo, da Veja, do Estadão e da Folha. Isso gradativamente fará crescer a participação popular na tomada de decisões dos governos, que irão fazer cada vez mais concessões, para se manter no poder. A idéia seria criar um partido transitório (pois o futuro tende a criar governos sem partidos, já que estes não serão mais necessários) que já exercitasse em seu regimento a Democracia Direta. Todos os vereadores, deputados e senadores do partido estariam obrigados, por estatuto, a acompanhar a determinação de seus eleitores expressa em site específico para esse fim. O eleitor desse partido não esgotaria sua participação política ao dar seu voto nas eleições, mas, ao contrário, a partir dali é que começaria a atuar politicamente. Haveria um site à disposição de seus eleitores com a pauta das próximas votações e um forum para debate. O eleitor não estaria obrigado a dar atenção a todos os assuntos, e sim aos que lhe interessasse, postando opinião no forum e votando sua opção no próprio site. Uma das grandes modificações em relação ao sistema atual é que esse eleitor já conheceria antecipadamente o voto de seu representante, bastando para isso acompanhar os números da enquete. É claro que isso é apenas uma idéia. Tal projeto teria que ser debatido com a sociedade, em palestras e apresentações, de forma a amadurecê-lo. Mas o objetivo seria principalmente conscientizar o público jovem, a enorme massa de universitários e de colegiais que entram em idade política nos anos futuros. Os jovens ainda não estão viciados pelo sistema político atual, formam com seus professores uma comunidade naturalmente progressista, solidária com os excluídos, e podem ser a alavanca para uma mudança radical no sistema político do país.
2 comentários:
Olá, gostei deste post, realmente parece mais atual do que a data de sua postagem. Realmente andei lendo muito nestes dias e percebi que o único remédio para o DNA da Corrupção no Brasil é a Democracia Direta, com extinção do Legislativo atual pelo Congresso, sendo este poder concedido ao povo, já que vivemos uma era de gastos e manobras, onde a Democracia é fachada, pois diz a Constituição que o poder Emana do Povo e o povo de fato não manda e em nada, somente é usado pelo poder, pois o Voto é obrigatório e se quer um destes todos partidos pode ser dizer imaculado perante a corrupção, ou seja, em nada representa o povo, ao votar obrigatoriamente é como ser obrigada a assinar uma procuração em branco com pleno poderes para o político ter o porte de manobra... Será que seria possível solicitar um plebiscito por iniciativa popular? Na minha opinião seria a única saída para a atual situação no Brasil, países como a Suíça, Islândia e Suécia, utilizam este meio e são países com índices de desenvolvimento bem mais altos que o Brasil.É utopia?
Olá, gostei deste post, realmente parece mais atual do que a data de sua postagem. Realmente andei lendo muito nestes dias e percebi que o único remédio para o DNA da Corrupção no Brasil é a Democracia Direta, com extinção do Legislativo atual pelo Congresso, sendo este poder concedido ao povo, já que vivemos uma era de gastos e manobras, onde a Democracia é fachada, pois diz a Constituição que o poder Emana do Povo e o povo de fato não manda e em nada, somente é usado pelo poder, pois o Voto é obrigatório e se quer um destes todos partidos pode ser dizer imaculado perante a corrupção, ou seja, em nada representa o povo, ao votar obrigatoriamente é como ser obrigada a assinar uma procuração em branco com pleno poderes para o político ter o porte de manobra... Será que seria possível solicitar um plebiscito por iniciativa popular? Na minha opinião seria a única saída para a atual situação no Brasil, países como a Suíça, Islândia e Suécia, utilizam este meio e são países com índices de desenvolvimento bem mais altos que o Brasil.É utopia?
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