O HOMEM QUE RI


A vida não é senão uma longa perda
 daqueles que amamos (Victor Hugo)

Não. 
Não sou nem a cópia da sombra do palhaço Bozo de que todos debocham. 

Sou, sim, o Homem que ri.  Aquele que traz alegria e faz rir a todos os inocentes -- sejam crianças crianças, sejam crianças adultas -- e  representa a esperança dos nada inocentes que pensam como eu. Um terço do Brasil (e do mundo), tenha certeza, pensa como eu, embora na maioria do tempo fique em silêncio. Silêncio para fora e às vezes para dentro de si.

Os outros, todos os outros, ingenuamente apontam o dedo para mim e mostram a sua revolta. A cada vez que debocho deles, assustam-se e levantam o dedo. Faço isso toda vez, e rio. E eles de novo se assustam e levantam o dedo. Como crianças. Ainda não entenderam. Acham que basta apontar e dizer MAMÃE, ELE FEZ DE NOVO!. 

Mas a mamãe, meus caros, no máximo vai virar o rosto, mecanicamente, e dizer para não fazer mais isso, que é feio. Não há Maias, Tóffolis ou militares do executivo que queiram ou possam me pôr de castigo.

Não tenho cultura, não gosto de ler, tal como o barbudo, mas tive amigos cultos nas Agulhas Negras. Mourão era duas turmas acima, Braga Neto duas turmas abaixo, mas na minha própria turma tinha muita gente que lia. O Cid, o Mauro César Cid, que chegou a general, disse uma vez para eu ler O homem que ri, de um Victor Hugo, que tinha a ver comigo. Foi o único livro de literatura que li. Por causa dele, vi os filmes daí derivados, The Man Who Laughs, de 1928, horrível, mudo e preto-e-branco, e O Coringa, de agora, que não entendi. Pouca gente sabe que o malvadão dos desenhos da DC Comics foi inspirado no personagem do Victor Hugo. Eu me reconheço nesses coringas, até nesse último. Muita ação contida sob a máscara, a persona grega, do riso. 

Rio e debocho. Os dois terços do Brasil não vão me derrubar enquanto eu for interessante para os que comandam as forças econômicas fora do governo. Ou tem algum inocente que pensa que o Collor e a Dilma caíram por elbas e pedaladas? Uma saída minha atrasaria ainda mais as reformas que estão em andamento. Vivemos um hiato acidental, o do virus, e com um "coringa" no poder fica mais fácil o país tomar a decisão de soltar o gado, se for necessário sujar a canastra real da economia. 

Não sou nazista. Vejam como esse povo é idiota. Nunca um nazista desejaria se aproximar de Israel nem trocaria beijos com Netanyahu. Perseguir os judeus foi o maior erro de Hitler, pois em todos os lugares em que os judeus se fixaram criaram prosperidade e riqueza. Não sou nazista. Mas admiro a racionalidade dos nazistas para tomar decisões, sempre pensando no bem maior. Por isso pus o imbecil do Alvim na Cultura, mas aí o cara vai imitar um tal de Goebbels e queima o meu filme. A esquerda gritou, "Nazista! Miliciano!" Ora, as milícias são uma necessidade no Rio, assim como as S.A. foram em Munique e Berlim. Já falei disso na minha primeira carta (ver Carta não escrita, post deste mesmo blog). 

Mas vamos ao que não posso dizer:

Se encerrarmos o isolamento, pessoal, será melhor para todos, talkei? Observem os números:


Como podem ver, seria a hora de aqueles que estão já saindo da vida, ou por idade, ou por morbidez, dizerem a seus netos e filhos que pode ser, sim, que seja a hora de o vovô partir.

Rosenberg, o 3° à direita do Fürer
Alfred Rosenberg era nietzscheano, e foi o filósofo do Reich. Adorava a música de um tal de Wagner, como o Goebbels e o Alvim. Foi de Rosenberg a ideia de retirar de suas casas alemães doentes ou deficientes, levando-os para hospitais onde supostamente teriam estrutura e tratamento adequado. Meses depois um telegrama chegava aos familiares dando notícia de que, apesar dos esforços, o parente não havia resistido a uma pneumonia.

Horrorizados? Claro, todos somos emocionais, quando se trata de família. Mas o estadista não pode ser. Desde "O Príncipe" não pode ser. E Rosenberg tinha que ser racional. A solução beneficiava todo mundo: 

1) o Reich, que não teria gastos com pessoas que não eram mais produtivas; 
2) a família, que se desobrigava do peso de cuidar de alguém; 
3) o próprio internado, que saía de uma vida que não fazia mais sentido. 

Quem era prejudicado? Ninguém. A eutanásia era praticada em segredo pelo Estado, deixando a família emocionalmente conformada, crendo em morte natural.

Sou contra a eugenia, mas pensem, internamente, e com sinceridade: será que vale a pena sacrificar e prejudicar o futuro de tantos jovens para salvar uns poucos velhos que ainda insistem em ser um peso na vida de suas famílias? Eu mesmo, tenho mais de 60, tusso e me exponho. Se for, fui.

Dizem que com o relaxamento podem morrer mais de 500 mil. Mas serão pessoas que já não têm o que fazer aqui. Para os 208 milhões de brasileiros a vida vai seguir normal, sem essa prisão domiciliar.


Não, não sou um Bozo. O Bozo foi um palhaço, Bob Bell, que divertiu crianças americanas por muitos anos (no Brasil foi interpretado por José Vasconcellos e mais tarde por Pipoka). Eram só palhaços.

Minha personalidade representa algo bem mais sério e complexo. Talvez um Coringa.

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Do mesmo autor do blog,
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7 comentários:

Mônica Taunisses disse...

Você é terrível! Kkkk Sabe como inovar uma análise nem um pouco rasteira como as que vemos. Um beijo.

Rodolfo Dartan disse...

Muito bom meu caro filósofo, uma voz pertinente, um coringa tupiniquim, é o que é. Boa!

Glauco disse...

Caro amigo, estou cá mergulhando nos estudos Seixistas, "controlando a minha maluquez", agora misturada à sua lucidez. Se o Bozo pensasse, seria exatamente esta crônica. E para aqueles que pensam, cuidado, pois seus cérebros podem estar "vivos à vinagrete", sendo devorados sem pressa. Abraço, Glauco.

Giovana P. Dinardo disse...

Adorei o texto! Estava sentindo falta das suas críticas.

Tammy Arantes disse...

Adorei!

sabrina disse...

sempre pontual

Selma disse...

Bela análise! Ainda assim, por ele não ter vivido nenhuma violência social, considero-o beeeeem mais eficiente na destrutiva atuação.