JE SUIS CHARLIE



Os jornalistas do satírico jornal francês Charlie Hebdo juntam-se aos muitos mártires que ao longo da história preferiram “morrer de pé a viver de joelhos” (je préfère mourir debout que vivre à genoux, nas palavras de Chab). Vale a pena recordar um pouco. Não apenas Sócrates recusou-se a dobrar os joelhos. Os irmãos Graco, e Espártacus, na Roma Antiga, lutaram até a morte contra a servidão. Hipátia, de Alexandria, no limiar da Idade Média, foi morta por insistir em ensinar que o mundo não era geocêntrico. Giordano Bruno, Marat, enfim, são muitos até chegar aos cartunistas do segundo milênio.
Não é possível haver gente que ainda queira, em 2015, impor sua verdade sobre a de outros. Todos temos o DIREITO de pensar como quisermos. Somos 7 bilhões de mentes, com 7 bilhões de verdades diferentes. Como conciliar isso? Na vida privada, cada um viva e pense como quiser, e na vida coletiva, no viver comum, decidamos civilizada, e diretamente. Ninguém precisa de “representantes da verdade”. Se deixarmos que nos tirem nosso espaço de liberdade e de democracia, estaremos sendo indignos da memória daqueles que morreram para que vivêssemos de pé.

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